quinta-feira, 14 de julho de 2016

Tiro de misericórdia



É o último ato a que se assiste
Quando por teimosia
Na vida você ainda insiste
Não ligando mais para a aleivosia
Que ela usa para te atingir
Estando sua alma ainda vazia.


Não existe mais saída para o fato,
Sendo este o teu último retrato
Não fazendo mais diferença o motivo do teu ato
Para saber se estás mesmo intacto.


Podes rogar ao céu
Podes até deixar-te ao léu
Podes titubear ou mesmo cuspir fél
Pois só assim vê-se se és ainda fiel.


Ao que crês e diz acreditar
Parte-se ao mar bravio
Sem mesmo saber nadar
Apaga-se a vela sem tocar no pavio
Enfrenta-se o desconhecido
Sem o teres percebido e
Que te invade peito afora
Quando se tem certeza
que chegou a sua hora.


Já não fazendo mais diferença
Que marca deixou neste mundo
Diante da indiferença do existir
Ao fim tão reles e iracundo,
Pois no derradeiro momento
Entende-se que o chão não tem mesmo fundo.


Não adianta tremer
Não se pode nem mesmo correr
Só resta no último instante, o próprio crer
Para aquele que a vida enfrentou, sem medo de morrer.


SRB – 14/07/2016


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