quarta-feira, 4 de agosto de 2021

Ninguém

 







 

É quem nunca imaginaríamos ser
quando sem perceber
a ilusão criamos,
pois a realidade que não suportamos
vem, sem dó, nos empecer.

Originando o círculo vicioso
que nos mantém em um mundo
ainda mais tedioso
do que possa parecer.

Na cíclica utopia da verdade,
na busca de uma ilustre liberdade
que não fazemos por merecer.
Viramos alguém ao acordar
e no falso altar despertar,
enxergando a grande mentira,
que é pensar lá já estar . . .

Pois a Luz que tanto almejamos
na busca de nos distinguir
é a armadilha que o ego nos submete
para poder subsistir,
na inútil condição que impóe ao ente,
que em sua existência, ainda demente,
não percebe que a mente, que sempre mente,
está constantemente a te iludir . . .

Até que definitivamente
possas finalmente,
assumir verdadeiramente
a condição do próprio existir,
para não mais deixar de evoluir
na divina senda,
que por vezes na estreita fenda,
é que encaixa o teu porvir.

Fazendo com que aprendas afinal,
que a miragem de si mesmo
é na verdade o grande mal,
deixando-nos sempre aquém
da verdadeira missão.

Para poder ir além,
deixando de lado a fealdade,
assumindo de vez a real identidade,
transformando-se com sorte, em ninguém,
para conseguir, de uma vez por todas,
ser apenas si mesmo . . .

SRB 14/08/2015