domingo, 18 de junho de 2017

Reminiscentia





É o saber inconsciente
outrora apreendido
que se perdeu na memória,
depois de compreendido
mas que não foi olvidado pelo espírito,
ainda que arrefecido.

A vaga lembrança
que à mente emoldura,
mas que jaz nos anais
que o tempo ainda costura,
para que a Alma liberte-se
da invisível escravatura . . .

De viver sob o limite
que não conhece candura
deixando de frutificar a paz,
em meio à levedura,
que fermenta dentro de nós
inibindo a evolução
e sua excelsa abertura.

Para uma vida mais ampla
e de nobre envergadura,
para alcançar novas paragens,
enxergando menos miragens
que deixam a existência ainda mais dura.

E nas reminiscências que a vida aborda
é preciso segurar firme na divina corda
que o emaranhar dos fios despontam
nas tramas que a consciência dita,
enquanto vives em plena desdita
para que não mais a estória se repita.

E assim finalmente
possas exercer a verdadeira liberdade,
que intrinsecamente habita,
o mundo que constantemente edita
a história que trazes dentro de ti . . .

SRB - 18/06/2017













sexta-feira, 9 de junho de 2017

Catarse


      E a limpeza que a vida de nos exige,
Na renovaçao que por dentro ocorre e que nos dirige,
Na intrepida direçao em que rumamos
Para o que deverasmente  nos aflige.

E revirar o seu ser do lado do avesso
E sacudir o corpo e a alma,
Para nao mais repetir no mesmo tropeço.
E buscar o que acalma
Como sempre foi desde o começo.

E o estar desperto, ainda que demente
E nao querer bancar o esperto com nenhuma ou toda gente,
E plantar a semente que acompanha a cadencia e a sincronia,
de forma ainda mais consciente.

E procurar errar menos
Nas mesmas questoes
E deixar de lado os inuteis e ilusorios senoes,
Para andar em frente sem as mesmas liçoes e suas confusoes. . .

E abandonar as superfluas opinioes
E dar razao a vida em todas as situaçoes,
Ampliando os horizontes de suas diafanas visoes.

E ajustar, enfim, o proprio espirito, novamente,
Na idilica evoluçao em que labutas,
Mesmo em meio as lutas
das quais ja no podes abrir mao.

E fazer do agora uma forma de arte,
E viver no presente de quem com voce o reparte,
Para encontrar
A tenue e quimerica luz
Em toda e qualquer parte . . .

SRB - 09/06/2017