sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Alvo Zen





Os sabiás cantam ao amanhecer

A flecha corta o ar, veloz,

Em direção ao perfume do jasmim . . . 


SRB - 14/11/2011







Viva o povo brasileiro . . .







Eta povinho porrêta
Estes tais miscigenados
Que tanta mistura ganhou
Ao longo de tantos reinados.

Saindo da escravidão rumo à democrácia,
combinando de forma original 

e única tantas virtudes,
Fruto das negritudes
Que compõe sua matriz
Feita de tantos povos
Que nem se entende o que se diz
Mas mantendo sempre a identidade 

que compõe o seu matiz.

País de epiderme "parda"
E etnias mis,
Tem negro, branco e Índio
Mulato, cafuso e mameluco
E o povo acaba maluco
Tentando entender
Essa tal trama da história 

que acabou fazendo estória,
deste povo sem memória.

E por ser um povo contente
Trouxeram de fora
Ainda mais gente
Para compor esta bela nação,
De Italiano a Chinês,
De Alemão à Japonês
Tem Judeu, Árabe e Paquistanês . . .

Mas é um povo que faz milagre
E não se vê na televisão, 

pois é a gente do dia-a-dia,
Que vive à mingua,
De bolsa vazia,
Mas não reclama em vão da missão
Pois com fome
Tudo é fantasia.

É sertanejo ou Gaucho,
Ribeirinho ou caiçara
Indio ou quilombola
Caleidoscópio de raças
Resultado de todas as massas.


SRB - 29/10/2011

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Retroagir










É o retorno ao ponto de origem
É não mais saber
Qual cor, enfim, ainda te tinge  . . .
É permanecer fiel a si mesmo
Enquanto a vida apenas finge.

É o atalho que ao fim nos atrasa
É a vida sendo vivida, da forma mais rasa
É não acreditar que a verdadeira energia,  
Em ti transborda e vaza.

É o recuo ao tempo de outra era
É viver a vida, sem se importar com a época
Percebendo o agora naquilo em que te toca
Criando o intervalo onde a vida para.

È ter a tradição dentro de si
Sem perder a direção, em vão, por aí . . .
È viver sempre entorpecido pela magia
E poder sentir muito além, daquilo que contagia.

É encontrar a si mesmo, logo ali, bem adiante
E perceber-se outra vez, mais uma vez,
ainda mais radiante,
Sem aquele brilho que ofusca,
Pois não é afinal o que, de verdade, se busca,
Mas tentando manter sempre, a aura limpa e e a Alma robusta . . .

É ter de encontrar o próprio destino,
Sem sair por aí, em pleno desatino
Tentando em vão ouvir a sublime melodia,
Aquela mesma que sempre se irradia
Não importa a hora ou mesmo o dia,
Se te encontras apto a ouvir.

Mas que só ouvem os que percebem o porvir,
E que se  fazem  surdos ao mundano mundo
Por que a ouvem sempre dentro de si . . .


SRB – 24/02/2015