Leve

 

Quando eu for
quero ir bem leve,
numa aventura distante
partindo para sempre
para a eternidade do instante,
onde a Vida sempre É,
e já não há mais
a humana temporalidade
mas somente a plena
eternidade do seu existir . . .

SRB - 21/06/2014

Sofisma

 

É o que defende uma ideia
Sem a mesma praticar
Na contraditória verborragia,
Carregada de intenções
Mas deverasmente vazia.

É a falácia com a qual
Buscam te convencer,
Repetindo frases prontas
De suas estórias sem contas . . .

É quem diz trabalhar
Sem, no entanto fazer,
Aquilo em que afirma crer
Sem fazer o necessário
Para o que precisa acontecer.

É quem muda o discurso
Que até então defendia,
Quando a verdade chega
Para te fazer companhia,
E a ela negas repetindo,
A história de todo santo dia.

É quem não admite
Que a fábula em que insiste,
É lenda que não subsiste,
Se a ela adicionarmos
A banal realidade . . .

SRB - 09/11/2017

Linha do horizonte

 

E sempre nos restará poder ir em frente . . .
Mantendo a vontade forte e a harmonia na mente.
Seguindo sempre o horizonte de si mesmo,
Traçando o caminho, que somente nós podemos percorrer,
Quando nos atrevemos a descobrir quem somos de verdade . . .
SRB - 15/06/2012

Caminho

 

É a linha que traçamos
quando vivemos escolhendo
para aonde vamos,
fazendo da vida a caneta
que traça a via reta,
na exata medida
em que acerta
o rumo que em si desperta
a realidade que brota
quando a vida está repleta
para inserir em nós
a lição completa
que nos ensina sempre
a medida correta
que devemos medir
para então aferir
o alcance da verdade
que conseguimos absorver

SRB - 15/06/2012

Black Tie

Quando me visto de mim mesmo,
sempre quero ir em frente.
Na busca do horizonte interno,
o qual amplio quando me encontro
rindo sempre do desencontro
que o ego às vezes provoca,
quando erroneamente
a nossa Alma toca.

Na inútil tentativa
de dominar a sua aura nativa
abafando a essência viva,
que se mostra sempre ativa
na sintonia que a nós cativa,
quando nos revestimos do Criador.

SRB - 12/06/2012

Viver de poesia

 

Um dia viverei da poesia
e de sua mágica maestria
para ver se assim entendo
o mero sentido desta vidinha vadia.

Poema não é palpável
e não aceita hipocrisia
dessa gentinha abominável
que vive de fantasia,
de dissimulada atitude
se achando melhor que os outros
em sua falsa beatitude.

Mas poesia não dá dinheiro,
nem poses ou comendas
fazendo rir aos cegos parasitas
em suas tolas contendas
pois para essa gente ordinária
garantir o metal vil
é ação prioritária.

E assim segue o poeta
em sua excelsa loucura
de fazer o que acredita
sem nenhuma compostura
pois a vida de verdade
não aceita mediocridade
invadindo a realidade,
pois a poesia é pura.

Mostrando bem lá no fundo
que a tal insanidade,
só não enxerga quem não quer.

Se vender por dinheiro ou posição
é o próprio malmequer
com seus afiados espinhos
e seus loucos desalinhos,
Pois a vida passa correndo
enquanto a gente vai vivendo
e a falsa imagem crescendo.

Aí, vem a poesia
acabando com toda a picardia
lembrando de uma vez
a todos os viventes
que um dia, daqui todos partiremos
mas nem todos com a Alma vazia . . .

SRB - 07/05/2013 - #poetadaalma