terça-feira, 21 de junho de 2016

Insana lucidez






Apenas um louco
preso aqui nesta dimensão
fora de época,
vagando em meio à escuridão,
na ilusão do tempo, enfim,
a verdadeira prisão.


De onde ninguém sai
mesmo que cumprindo a missão,
essa é a outra digressão
pois assim como a vida,
a missão não tem fim.

Ela é tão comprida
quanto o próprio e eterno existir, enfim,
e dele ninguém quer desistir.
Por isso não importa tanto
de fato, o tempo e o espaço,
mas sim o que nele realmente faço.

Pois o tempo sempre passa
não importa qual o compasso,
ou se nele me desfaço,
para reaparecer em outra época
preso ainda no mesmo laço.

Acorda de vez e sai desse embaraço,
pois a existência não passa
de um mero embaço
a que se impõe à luz,
para ver se consegues enxergar
o que dentro de ti reluz.

Para que vejas afinal o caminho
o único verdadeiro, que de fato a ti conduz
de volta ao início, onde lá no princípio
te perdeste daquilo que na verdade te induz . . .

Por isto estás prisioneiro
pois és em si mesmo o cativeiro,
que levas onde vais seja aqui
ou pelo mundo inteiro.
Não importa a dimensão
nem o aparente carcereiro.

Até que percebas de uma vez
sem mais nenhuma insensatez,
que em ti também está a chave
e a verdadeira liberdade
da tua própria lucidez . . .

Sendo apenas necessário
que vás para o lado contrário,
que por vezes a ti parece reles e ordinário,
mas é nele que está o genuíno ideário
onde encontrarás o real abecedário
da sua própria evolução.

Removendo assim as grades
da ilusória prisão, que ali nunca esteve,
pois a Luz só é realçada
quando se está na escuridão.

21/06/2016

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