quarta-feira, 12 de agosto de 2009

A Morte Psíquica e o Nascimento do Pensamento


"Só depois de ter assistido ao desmoronamento do que éramos e de haver vencido a tentação do suicídio, o pensamento poderá finalmente liberar-se dos limites dos nossos temores, já que não haverá nada a esperar ou a perder.

Será necessário, durante essa longa e dolorosa passagem, consagrar-se unicamente a sobreviver, a agarrrar-se ao instante pela mecânica dos gestos cotidianos para suportar o "fato consumado" das nossas perdas e o vazio que isso comporta.

Só o que vem depois pode revelar, a quem viveu e sobreviveu, o sentido dessas terríveis perdas que nos levam além do " eu " , que é fruto do conflito entre a razão e os sentidos, conflito originário de todos os demais e fonte de todos os paradoxos.

Para aquele que sobreviveu ao final dos seus sonhos, nada que venha a desaparecer poderia preocupá-lo outra vez.
Depois de ter ultrapassado os sonhos- frequentemente transformados em pesadelos- frutos da ilusão de isolamento entre nós e o que nos rodeia, é que encontraremos os sonhos que se transformam em realidade.

Saber sonhar baseados no real nos ensina que o medo de morrer refletia nossa ausência de vida, nossa impossibilidade de desfrutar totalmente do instante.
Assim, para aquele que não vive mais como um "morto", como um "zumbi", a morte é apenas uma experiência a ser "vivida", como as demais.
Além disso, quem vive o que encontra não tem, literalmente, tempo para especular sobre o que não encontrou ainda.

"Ao não necessitarmos reduzir o mundo ao que somos, podemos nos expandir em direção ao que ele é"." (Austro Queiroz - Fundador do Movimento fênix)

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