quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Diorama




É a ilusão que aos olhos engana
quando a fé claudica e titubeia,
em sua dúvida profana,
perdida em meio a teia
da certeza dos divinos fatos
daquele que não se engana.

Esquecendo que a dilação
que o tempo nos infere
é parte intrínsica da lição
para ver se resistes à missão
nas dificuldades e no tempo
pois é isso que assim nos difere
e por isso mesmo vem e confere
avaliando o quilate da intenção.

Neste diáfano jogo
de luz e sombra,  
onde tateias à procura de certezas,
ondea dúvida ainda te conduz
nas suas impermanentes defesas,
com suas verdades inexistentes,
suas regras impertinentes
de evoluções intermitentes . . . 

E no diorama que a vida representa
aproveita o espetáculo
naquilo que te sustenta,
na  vibração e na intensidade
que a única vida, a de verdade,
te apresenta para que sigas
na infinita e perene
direção de si mesmo . . . 

SRB - 30/09/2015





sábado, 26 de setembro de 2015

Interstício








É a fenda entre as dimensões
Onde observamos, enfim, as ilusões
Que ainda nos envolvem com seus senões,
Abrindo mais uma vez os portões
Para que o próximo degrau apareça
Corrigindo a direção, para que se conheça,
Um novo trajeto, não importa mais, afinal
O que aconteça.

É o momento de pausa,
entre os pensamentos,
E na vida, em seus acontecimentos,
Como que pairando no vácuo,
Além deste plano, improfícuo,
Onde o tempo pára,
Pois a vida é sim uma coisa rara
E existe sem você . . .

Enquanto aguardas os indícios
Que de sua nova Ordem surgirão,
Pois que são os exercícios
Para que continues a subir,
Buscando instintivamente o próprio porvir,
Fazendo disso um motivo para rir,
Fazendo desta a sua opção
Estando nesta ou em outra dimensão . . . 


Aproveita, então, a fresta . . .
E faz a verdadeira festa
Aproveitando o intervalo.
Deixando o que precisa ir
Descer pelo ralo
Pois só assim podes fluir.

E agora leve, segue adiante,
Ainda que para isso, releve,
As idiossincrasias dos idiotas,
Com seus conceitos e notas
Com suas histórias remotas
De sua inconsciência latente.

Pela fresta fende a Luz
Que sempre em nós reluz,
Se já estamos aptos a refletir,
Para que a Luz, também em nós,
Possa, enfim, surgir  . . .

Fazendo disso o próprio existir,
Para poder assim incutir
Na própria existência,
Nossa contribuição e deferência,
Demonstrando na atitude
O alcance da própria consciência.
Participando e contribuindo,
para o rumo que o céu está abrindo . . .


SRB – 26/09/2015

terça-feira, 15 de setembro de 2015

Retambana





 



Quando ouvires o chamado que do Éter emana,
Prreste atenção ao sutil som
Que aos tolos´sempre engana,
Pois a voz que ouves
É apenas a retambana
Do infinito Ser invisível,
Por quem você sempre chama . . .

É o talho do Divino arado
Que com sua relha
Não deixa nada parado,
Querendo ver de vez,
O Caminho retomado.
Pois o retorno se faz presente
Não precisando mais bancar o indigente,
Na metafísica dimensão, refulgente.

E com ânimo restaurado
Segue em frente refocilado,
Pois remido foi o seu humano passado . . .
E não mais é necessário
Que repouses ao relento,
Pois assim aprendestes a ficardes atento.

Pois uma vez retaliado,
Virastes do céu um renegado.

E na refulgência do tempo desta era,
Acabou enfim, a demora,
Para poder existir em outra esfera
Lá onde o Ser já te espera
Brincando com realidade que tempera
O sabor que a existência tem
para renascer dentro do fato
E poder chamardes Renato.

SRB - 18/10/2013

Alheio
















 




Naquele instante em que a tua vida parou

Você não percebeu você não notou

Que a vida não depende de você . . .
A Vida sempre É !!!

Você pensa que faz o que quer da vida
Mas é só inconsciência,
Pois a vida é uma ciência,
Que está a te criar.

Como pode o raio fazer o Sol raiar
Ou a onda fazer recuar o Mar !!???

Saia do alheio
E encontra de vez
O teu esteio,
Pois a virtude,
Está de fato,
No meio . . .
Mas o meio não é metade
É ser inteiro e de verdade,
Em qualquer lugar ou realidade,
Pois o universo não é só a casualidade
Com que pintas enquanto pensas,
Nas atitudes e recompensas,
Que já consegue enxergar
No Caminho em que tua evolução te colocar . . .

SRB - 11/10/2013

Destino









Olha bem por onde pisa
Pois a vida sempre nos avisa
Onde está a pedra de tropeço,
Não importando, enfim, o preço
Que estás disposto a pagar.

Na banca da vida só joga quem pode,
Pois a cada rodada a vida sacode,
Para ver se estás pronto,
Demonstrando sempre o ponto
Em que precisas mudar . . .

E não adianta querer desconto
E muito menos pedir fiado,
Pois a existência não é feriado
A que viestes desfrutar.

Apruma o Espírito e acerta o passo,
Para poder sair, enfim, do compasso,
Que na espera fez seu laço
Que agora se desfaz,
Permitindo uma vez mais
Que prossigas na senda.

Mas ainda que não entenda,
Confie e creia,
Pois só assim se sai da densa Teia
A que as circunstâncias
Insistem em chamar de Destino.

SRB - 05/10/2013

domingo, 6 de setembro de 2015

Travessia







Por onde de verdade andava eu

Nessa intensa labuta  dia-a-dia ?

Firmando para sempre os passos meus

Na súbita e presente nostalgia . . .


Andava todo dia sem você,

pois assim, sem viver, já não queria.


Pois pior que a vida sem amor

é a sua constante e eterna travessia . . .


SRB - 06/09/2015

terça-feira, 1 de setembro de 2015

Ginete Encantado






É o cavalo e o cavaleiro
é também, ainda, a cavalgada
quando ultrapassa, de vez, a velha lombada,
em direção ao destino, certeiro.

É a alma irrequieta e ativa
que faz da vida, de todo dia,
a própria estiva,
labutando sempre no mais fino trato
para ao fim,transformá-la de fato,
em alguma coisa viva . . . 

É o que cavalga na elegância
sem temer a própria ignorância,
à qual combate com a firmeza do ginete,
removendo assim o recalcitrante cacoete,
usando sempre a ponta da chibata
para que a vida, assim, 
não mais debilmente se debata.

No inútil resistir da existência
que é a sempre tola falta de consciência,
de assumir, enfim, de vez,
sua íntima e excelsa essência . . . 

SRB - 01/09/2015