Partida

No dia em que me for dado partir,

quero que seja um dia de farras
quero estar livre de todas as amarras,
quero poder fluir . . .

Em direção ao infinito
ou qualquer outro lugar,
ainda mais bendito,
para que o inevitável ir
fique ainda mais bonito
e me permita alcançar
o infinito da minha imprecisão,
em meio à perene transição
que só a mim cabe galgar
seja aqui ou em qualquer
outro lugar . . .

Para ver se assim
apreendo de vez
o ensinamento,
mantendo o foco no firmamento
na efêmera febre de criar,
descobrindo o que faz à essência "vibrar",
na repentina presença do existir . . .

E só assim poder finalmente, ir . . .

SRB - 25/07/2014

O riso do sorriso

O sorriso que está dentro de você,
ninguém consegue te tirar . . .

Se sorrires para si mesmo,
sempre conseguirá enxergar a graça ao seu redor . . .

SRB - 24/07/2014                

Sentença

Quando na vida já há tempo que passe,        

e em seu  decorrer foi revelando o impasse
que muitas vezes se torna prisão,
quando insistimos na errônea decisão
de manter a todo custo a contrária direção.

Não adianta lutar em vão,
pois que estás a dirigir-se
à contra-mão, na falha da regra,
que rege a multidão . . .

E dessa forma a vida te sentencia,
a viver sempre em alegria
modulando sobremodo a picardia,
de poder fazer do dia-a-dia,
o que dá sentido a sua interior folia.

Pois a vida que de fato te fia,
é àquela em que acredita,
pois já não existe mais a desdita,
só o vagão da existência que para ti apita . . .

Então, faça do bom viver a sua sentença,
da ousadia uma boa querença
e do impossível sua missão,
aquela mesma que neste momento cumpres,
enquanto escreves este bordão,
criando a Luz que liberta,
espantando a escuridão . . .

Para que possas ser teu próprio lume,
pois é nisto, afinal,
a que toda estória se resume
quando saíres do meio da multidão . . .

SRB - 24/07/2014

Silêncio e vazio

 Silêncio e vazio

Você diz querer encontrar algo . . . o que buscas!? 

Para ouvir essa resposta é preciso parar para ouvir o silêncio e existir no vazio . . . esse é o caminho . . . 

Nem o silêncio é silêncio, nem o vazio é vazio . . . nisso consiste tudo o que te rodeia . . .

Quando entenderes, o silêncio será apenas o silêncio e o vazio será somente o vazio , , ,

Este é o existir .

SRB - 23/07/2014

Infinito presente

 O agora é o único momento em que podemos de fato viver o infinito presente, se a ele estivermos
conectados . . .

SRB - 21/07/2014

Vastidão

É o horizonte
que para dentro nos leva,
se perdendo de vez
na longínqua imensidão
que ao ente subleva . . .

E o vazio que me inunda
nesta hora deveras iracunda,
é sem dúvida a ressonância
de uma emoção ainda mais profunda,
que não faz trégua
e muito menos pacto
com aquele que nela afunda . . .

É a face de uma outra vertente
que ainda marca e aflige,
que prestes atenção,
não importando ao agora
com qual escrita você o redige,
pois nestas horas é somente
o Altíssimo que de ti exige . . .

Que prestes atenção, então,
na história que escreves
pois nelas rabiscas o futuro
que te aguarda em momentos breves,
como mais um capítulo
de um livro imberbe
que registra o enredo
de tua vastidão . . .

SRB - 17/07/2014

Reinvenção

Toda vez que a vida te afina                        

é para que prestes atenção
à própria sina . . .

Pois a lição que vem
lá de cima
é para que não a reprima,
pois nela está embutida
a celeste doutrina,
que à luz sempre ilumina,
mesmo quando a existência
teima e te desatina,
para ver se assim,
sais da morna rotina
reinventando sempre
a si mesmo,
em cada esquina
que passares
na estrada da tua evolução . . .

SRB -

14/07/2014

Presença

O presente é poder estar presente, ao que o presente nos apresenta . . . 

Movimento

                                            

 

Mova-se
A vida está no movimento,
No movimento está a mudança,
Na mudança está o ritmo,
No ritmo está a energia,
Na energia está a vida . . .
A vida está em tudo !!!

SRB - 10/06/2014

Neant

Neant ou 

O Vazio cheio de ausências

Quando já não há caminho
Ou mesmo direção a tomar
É que devemos ainda mais buscar Ir direto ao limiar.

E quando ao fim por lá chegares
Não mais importarão as dimensões ou lugares
Seja no meio do deserto ou nos sete mares,
Nas profundezas do Cheol
Ou nos mais altos ares,
Pois a diferença já não jaz nos lugares
Nem muito menos nos altares.
Mas no íntimo do Ser
Ou em seus olhares.

A perda de sentido faz parte do Neant,
Não há para onde correr,
Não adianta nem mesmo morrer.

Vale mais é preencher o Vazio do seu próprio Ser
Mesmo assistindo a tudo perecer,
Pois que a transmutação
faz parte da jornada
Aproveite então para renascer,
Mais uma vez,
Estando ainda na estrada
Apenas para poder entender,
Que lá no fim
Só existe o Nada . . .


SRB - 13/01/2012

Erupção

Erupção


É a energia que vem de dentro
abrindo caminho onde não tem,
transformando por onde passa
a realidade que perpassa
a existência que vai além . . .
Rasgando os veios
buscando todos os meios
acabando com os devaneios,
pois a vida não espera galanteios.

Aproveita a energia que te inunda
e amplia a missão,
por uma mais profunda,
pois já não há tempo a perder
com uma nau que afunda . . .

Pois a força que rasga
é a mesma que limpa
e só assim se tornará, então, supimpa.
Então aproveita a erupção,
tira a mão do corrimão
e flui . . .

Na energia que a vida
através de ti irradia,
saindo lá do fundo
transformando a eternidade
em um segundo
buscando assim um sentido
mais profundo.

Aprende então que a Luz que brilha
é a mesma que queima
e só assim pode brilhar . . .


SRB - 06/07/2014

Tropismo

Tropismo

Poetas são loucos profetas
Arlequins do espírito
Irreverentes ascetas
Hereges tropistas
Em suas trovas funestas
Procurando explicações
Para suas dúvidas
Quase sempre as mais bestas.

São nômades entre as dimensões
Que transformam os versos
Em verdadeiros corrimões
Por onde trafega a vida
Em uma torrente empedernida,
Que dá voz ao coração
Em suas frases com emoção
Massacrando a sensibilidade
Sem mesmo pedir perdão.

Habitam sempre
A perigosa fronteira
E não possuindo eira
Por desafiar as certezas
Andam sempre pela beira
Dispensando as torpezas
Dos hipócritas e suas asneiras
Que não enxergam a poesia
E sua razão verdadeira.

Brincam com a realidade
Inventando razões
Não fugindo à verdade
E seus perigosos senões
Preferindo serem eles mesmos
Ainda que aos borbotões
Brincando com a Alma
Que habita em seus corações.

SRB – 09/03/2014

Brazuela

Brazuela

Republiqueta de emuladores
Que vive de exaltar seus múltiplos pudores
Que Foi criada por um golpe 
De um decreto provisório
Se tornando assim de fato
O País do palavrório,
Onde reina a lábia e a picardia
E o leonino precatório.

E aqui quem manda mesmo é a minoria
Que vive sempre na estupenda regalia
Só restando ao seu povinho ingênuo
A maldita mais-valia.

Que já foi chamado de Belíndia
Onde uns poucos estão na Bélgica
E a maioria da plebe na sofrida Índia,
E que hoje pensa que é primeiro mundo
Mesmo tendo no poder
Um bando de vagabundos
Que fingem não ver a grande mazela
Da falta de bom ensino e educação
Que transforma em escravo ao povão
E faz do Brasil uma grande Venezuela.

Elite vil e sem vergonha
Que não arrisca provar da própria peçonha
E que vive de fato em outra morada
Tendo no País o seu quintal
E no cidadão o gado do seu curral.

Que aproveita a vida lá em Brasília
Como se estivessem na Disneylândia,
E ao imenso populacho sobrando somente
Sobreviver em uma enorme Ceilândia,
Onde não há solução,
Mas sobra imposto,
E falta feijão. . .

É preciso ser pateta
Para aceitar tal afronta
Pois agora vem a lei que veta
Ao cidadão cobrar a conta
Mantendo o rebanho
na direção certa
Como um bando de gente tonta

SRB - 06/03/2014

Já É

Pérola do dia, para os novos amigos de sempre, os velhos amigos de agora . . . E que continuemos nessa correnteza de gente, mas mantendo a direção e o viver consciente . . .

Já é . . .                                                                                                                                         

E na busca de um longínquo horizonte
Buscamos sobremodo, 
Galgar a infinita fonte . . .

Às vezes esquecendo,
Que o mais importante
Não é o que está distante,
Pois é na proximidade
Que te tornas de fato,
Semelhante,
Através do que acontece
No derradeiro instante.

Pois é nele que a vida é palpitante
Quando paras e sentes,
Além de seus padrões
Já dormentes,
De seus valores decadentes,
De fazer de conta em acreditar
Naquilo que já não mais se sente . . .

Não há retorno,
Não adianta correr . . .
E quando a vida te enquadra,
Só te resta viver . . .
O que está aí . . .
O que já é . . .
O que faz a vida ser,
Como ela é . . .

Não mais preso ao que já foi,
Não mais tentando controlar o que virá . .
Apenas estando todo e inteiro,
Tentar fazer disso o rotineiro,
Até que se torne comum,
Igual ao próprio travesseiro . . .

O estar aqui o tempo todo,
É só ser o que está dentro
E um algo mais novo . . .
É ir sempre em frente
Aprendendo tudo de novo . . .

SRB - 01/01/2013