sábado, 21 de maio de 2016

Olho do furacão








 



É o ponto zero
Onde nada se move
O meio da demanda
Que a tudo remove
Não deixando pedra sobre pedra
Até que tudo se renove.


É o espaço do meio
Onde habita o Vazio,
Que balança as certezas
Até deixar-te no estio.

Para realizar a mudança
Explodindo em uma divina dança
Sem precisar de pavio.

Iluminando a esperança
Para enxergar além da lembrança,
Que à memória trança
Como a um fio,
Energizando a Alma
Em seu eterno cio.

SRB - 2r/05/2014

sábado, 7 de maio de 2016

Momentânea inspiração








Sou o que posso ser
sem titubear no que posso crescer,
aprendendo com a interna sabedoria
implícita no meu próprio amanhecer . . .


pois nasço e morro todo dia
buscando sempre a melodia
que embala meu florescer.


Pois no jardim do dia-a-dia,
o que vale mesmo é a poesia,
que faz da vida de todo dia
um nada cheio de sentido,
em um mundo já tão corrompido
em que ser simples, é quase morrer . . .


SRB - 07/05/2016


Da série poesia na hora.

sexta-feira, 6 de maio de 2016

Metamorte





Cada vez que a morte me visita
percebo a vida inaudita
aonde a pseudo singularidade
por si só sem perceber some
em uma meta realidade
onde o nada que em mim habita
se funde ao agora, enquanto me consome.

Repetindo o cíclico processo
do karma que em curso flui
seguindo o fluxo que a vida exige,
naquilo em que a existência atribui
extinguindo mais uma vez a falsa imagem,
que à  verdade não contribui.

Para viver na nua e crua dimensão
da falsa materialidade e da emoção,
sem nenhum refúgio ou escudo
ou a mínima proteção,
para testar a Alma
aferindo, enfim, a missão.

De estar mais uma vez desnuda
enquanto observa à ilusão
que sempre e toda vez muda
mas que aceitas como a verdade 
e que não passa de diluição
da torpe e tosca realidade.

Na corriqueira intensidade
que a energia verdadeira.
a mesma que em sua hora derradeira
virá, sem aviso, buscar-te
pois a vida é uma obra de arte
que não sabemos apreciar.

Deixa de lado as tolas quimeras da existência
presta atenção verdadeira à própria consciência
que do Alto está a iluminar
ao caminho que ora trilhas
sem se deixar enganar.

O duro teste a que atendes
precisa medir, o que de fato, pretendes
e que estás a duvidar
Pois aquele que à evolução se propõe
precisa encarar o diabo e
ao inferno que o compõe,
Pois a existência não é feriado
nas exigências que a ti impõe.

Usa a fé fechando a questão
pois estar com Deus,
é andar na contramão
é ir contra o senso comum
é buscar o impossível,
é abrir mão da ilusão.

Respira fundo e traz a Alma de volta
deixa de lado a inútil revolta,
foca no Altíssimo em tudo que está à sua volta.
Fixe os olhos e aprofunde o olhar
desperte de Maia e de seu limiar.

Pois maior que rabudo é o Pai
que está no todo
e em qualquer lugar.
Que faz do imenso mundo
um pequeno grão,
que é o senhor de tudo
em qualquer dimensão,
Aquele que nada pode deter
ainda que seja essa a intenção.

Firma o pé no caminho
que Ele enfim, te aponta,
pois é melhor morrer em Deus
do que em qualquer vida tonta
pois daqui ninguém sai vivo,
não importa o que apronta.

Aguarde na paz que Ele te intui
na vida que com Ele flui
pois é Ele que bem lá no fundo,
te criou e ainda constitui. 

SRB - 06/05/2016




Cochilo





É o intervalo entre dois agoras
o piscar de olhos que te deixa
sem a menor noção das horas
o lapso de tempo que te ilude
como a vida que vives sem demoras.

é a pequena incursão no mundo do sonho
a fuga do real a cada dia mais medonho
a busca de um intervalo ou descanso
no onírico mundo sem remanso
e aonde cada vez mais me enfronho

A simples e singela piscadela
em que se aproveita a minúscula pausa
mesmo sem saber, ao certo, o que fazer com ela

É o atalho para a irrealidade
é o hábito que se tem
sem importar a idade
é estar na interdimensão
da falsa neutralidade.

É o cansaço a que o corpo cede
quando a ele não ouvimos,
 socitando o que nos pede.

É a pausa revigorante da breve sesta
 para que voltemos renovados
para a pragmática festa
que é a vida que conhecemos
sendo isso portanto, o que nos resta.

Aproveita bem os minutos
em que é possível à Alma vagar
pois esse é o oceano, do seu infinito mar,
enquanto aqui  neste plano estás fundeado
não podendo ao barco permitir naufragar.

Descansa bem do curto e breve cochilo,
para voltar bem desperto
e fazeres a sua parte
pois a vida aqui te chama
para fazeres a sua arte.

SRB  -  06/05/2016

Casulo






É a crisálida em que a vida se fecha
para que enxergues a excelsa brecha
não adiantando nada resistir
enquanto o momento faz apecha.

O caminho que para dentro te leva
é o único que de fato te eleva
não havendo meios nem rodeios
nem como ou porque desistir

O período de interna dormência
do despertar da própria consciência
no decorrer do seu devir

É o tempo de solidão
para enfrentar a própria escuridão,
para só então, poder fluir.

Em direção ao horizonte mais amplo
tomando o Alto como exemplo,
habitando de vez o teu prórpio templo
para ampliar o seu porvir.

Não mais ausente de si mesmo
percebendo sempre o eterno agora,
vivendo a vida sem a mínima demora
e não mais no vazio a esmo.

E na ilusão que o isolamento cria
ao ludibriar a razão como uma companhia
ou uma mera punição simples e fria,
é antes a proteção àquele que apenas
no Altíssimo crê e confia.

Que pisa na inexistente estrada
no palco do dia-a-dia
que leva a vida de leve
e sem pedir nenhuma garantia.

Acreditando com toda a Alma
na imutável lei que rege a energia
não temendo mais a súbita mudança
que a todos em algum momento alcança
como uma simples lembrança, mais dia, menos dia.

Pois não vive mais com o medo
sendo esse o seu simples segredo,
não reduzindo e existência
a um mero e tosco arremedo
daquilo que já foi um dia . . .

Encara então o teu casulo
com sua real acepção,
é ele antes de tudo
a sua própria proteção,
que o Alto a si concede
enquanto a ti ele precede
aplainando o caminho
que mais à frente te recebe.

Pois a luz que ora te persegue
é a ferramenta daquele que já consegue
suportar a verdadeira realidade
a vida em sua intensidade
que vívida, apenas segue.


SRB - 06/05/2016

quarta-feira, 4 de maio de 2016

omnipraesentia





Ela está sempre ocorrendo
ainda que você não perceba
e é a contínua e perene transição
mesmo que a sua lucidez não a conceba.

Onipresente em tudo que a sua volta está,
envolvendo até o que não há
no agora que já é, e também no que ainda virá.

Ela é o sentido e a direção
a mão e a contramão,
a escada e o próprio corrimão
ela é a eternidade da vida
em qualquer que seja a alusão.

É a realidade e a ilusão,
daquilo que sequer imaginas
e também do que ignoras de ante-mão,
é o concreto e o metafísico,
seja aqui ou em outra dimensão.

É o material e o lúdico
o espiritual e também do rústico,
também é o conceito e a exegese,
do nobre preceito e da pusilânime tese,
da contínua e inexorável evolução
da eterna mudança em transição,
que dentro de ti não pára
buscando a necessária expressão.

E nem mesmo quando daqui saíres
dela conseguirás apartar-se
quando, enfim, finalmente partires
pois faz parte da intrínseca essência
em qualquer lugar em que agires.

Ouve então e presta atenção
ao ruído que de dentro de ti emana,
querendo sempre uma solução,
pois é a voz muda
que a você reclama
a sua justa e concreta conclusão.
É Deus mesmo que a ti conclama
a mais uma vez querer ir em sua direção.

Mas para que o caminho
por fim possa abrir-se
à íntima comunhão,
preciso é que observes
o que fazes desde então.

Pois é na corriqueira e ordinária existência,
que jaz na  imberbe intenção,
que nos perdemos da vida, em si mesma,
dia-a-dia, grão em grão.

Por isso mister é que promovas
a mudança em qualquer e toda questão,
vivendo o sonho com toda calma
para não se ausentares da própria alma,
perdendo de vez toda a razão,
Jogando fora a oportunidade
com as palmas da própria mão.

Aprenda então o simples segredo
que se faz útil em qualquer ocasião,
de voltar a ser criança
na mentalidade e também no coração,
pois é esse o melhor caminho
para aquele que sabe para onde vai,
não havendo mesmo outra opção.

E na lenta e constante labuta
dquele que busca evoluir em meio a luta,
o melhor é entregar sempre ao Altíssimo
o motivo da tua melhor conduta.

SRB - 04/05/2016



terça-feira, 3 de maio de 2016

Procela










Quando o chamado que de repente surge
novamente fizer-se ouvir
não adianta evitar
e nem mesmo disistir,
pois é o assovio que vem de dentro,
é o grito em meio ao pensamento,
é o zumbido do inevitável porvir . . . 

É a procela que se aproxima
é o aviso que vem lá de cima,
chegou a hora de partir.

Em direção à conhecida batalha
à luta que mais uma vez retalha
a imagem a refletir.

É a guerra que se aproxima
enquanto saboreias e também estimas
ao propósito que irás servir.

Enquanto miras o infinito horizonte
olhando mais uma vez para a divina fonte,
levantando novamente a conhecida fronte
em direção ao seu devir . . . 

Encarnando o antigo personagem
embarcando na necessária viagem
ultrapassando a a inevitável passagem,
galgando a intrínseca dimensão
das palpáveis miragens,
onde a vida recria sempre
os seus próprios personagens
para vencer as ilusões e devaneios
de suas próprias bobagens.

Vai à luta e atende
ao inexorável chamado
realiza o que te exigem,
pois de você sempre depende
ser impecável no resultado.

Não deixe pedre sobre pedra,
mostra qual é o teu lado
na saga em que existem
não importa enfim, o resultado,
pois só chegam lá os que persistem
realizando a própria sina
enquanto aqui a vida ensina . . .  

SRB - 02/05/2016













De repente







De repente você acorda,
e olha para fora.
Você está na borda
e não há como voltar
porque chegou a hora . . .

De repente você percebe o agora
sente a lenta demora
qua não há como controlar
restando apenas seguir em frente até achar

De repente, não mais que de repente,
você tem vontade de correr ou gritar
Mas aí você entende, que a vida desmente
aqueles que inconscientemente
estão por aí a navegar.

De repente você pisa no presente
não faz mais diferença o que se sente
só resta estar consciente
de estar em seu lugar,
vivendo a existência no vagar
buscando sair de si mesmo
olhando o mundo a esmo
sem no fundo, sair do lugar.

SRB - 01/05/2016

Índios
















Dizimados eles vem sendo
Ao longo de nossa falsa história
Desde que o pérfido homem branco
Aqui chegou com seu barco
E sua disfarçada escória,
Que só fez invadir e roubar
Destruir e usurpar.

Transformando Índio em bicho
Fazendo disso seu reles capricho,
Daqueles que se faz com muita calma
Levantando a cretina dúvida:
- Será que Índio tem Alma?

E o tempo foi passando
E a verdade reinventando,
Acabando assim com sua nativa essência,
Sua cultura e memória,
Pois em nome de Deus foram massacrados,
Injustiçados e favelizados
Em toda sua excelsa e perversa glória,
Por essa elite cretina
Que somos todos nós,
Citados nessa rima.

Podem alegar o que for
Só não podem mais é transpor,
O limite da mínima decência
Impondo-lhes a decadência
Em meio ao seu estupor.

Índio que é Índio não arreda
Nem mesmo diante da inevitável queda,
Pois são tratados como objeto
Por um governo ainda mais abjeto,
Que tomou a sua terra
E a do seu filho e a do seu neto.

Dá até vergonha de ser brasileiro
E assistir o definhar de suas nações
Tudo em troca do vil dinheiro.
Pois Índio, também é gente,
Com seus humanos direitos
E sente, ama e vive,
Só que de outro jeito.

E diante de tão feroz e maquiavélico algoz
A mentira vem sendo contada
Deixando o Índio sem voz.

E essa gentinha medíocre
Que a tudo assiste sem nada fazer,
Verá muito em breve
O seu pobre mundinho
De merda tremer,
Pois quando não existirem mais Índios,
Eu me pergunto, como vai ser? Rsrsrsrsrs

Vão apontar seu execrável progresso
Para outra gente, em seu amargo regresso,
Que por não ser Índio
Achou que seria diferente,
Imaginando ser melhor que eles
Sendo na mão do poder também indigentes.

Então, fica assim a verdade,
Pois não é mais possível
Esconder a evidente maldade,
Que estipula o preço
Para vender a Alma alheia
Sem nenhum apreço
E sem um pingo de caridade. . .

SRB – 02/05/2013

domingo, 1 de maio de 2016

De repente




De repente você acorda,
e olha para fora.
Você está na borda
e não há como voltar
porque chegou a hora . . .


De repente você percebe o agora
sente a lenta demora
qua não há como controlar
restando apenas seguir em frente até achar

De repente, não mais que de repente,
você tem vontade de correr ou gritar
Mas aívocê entende, que a vida desmente
aqueles que inconscientemente
estão por aí a navegar.

De repente você pisa no presente
não faz mais diferença o que se sente
só resta estar consciente
de estar em seu lugar,
vivendo a existência no vagar
buscando sair de si mesmo
olhando o mundo a esmo
sem no fundo, sair do lugar.


SRB - 01/05/2016