sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Decaída






Decaímos quando trocamos nossos valores
por meros e efêmeros favores,
que não mais nos exaltam
mas simplesmente ressaltam
a ausência de pudores
em troca de vazios fervores.

Decaímos toda vez em que
em nossa nossa consciência
caímos, sem perceber a imprudência
de onde foi que desistimos
sem mesmo saber porque,
de viver e alcançar os sonhos de outrora
que alimentavam a nossa Alma
em sua singela aurora,
quando ainda respeitávamos a vida,
que perdemos, mesmo sem ter ido embora.

Sim decaímos, quando precisamos fazer leis
apenas para sermos educados,
esquecendo de vez o óbvio,
só para perceber que, de fato,
está tudo muito errado.

Decaímos quando a vida
se torna uma guerra,
uma histeria hostil
que em si mesma encerra,
nossa trágica e humana experiência,
mas que em nós não mais ufana
a mais mínima decência,
pois já não temos a consciência
que é a chama, que hoje claudica esquecida,
pois ainda que acesa jaz esquecida,
na hipócrita e vil vertente que adentramos,
quando o amor pelo outro ausentamos,
aceitando de vez o ovo da serpente
e assim, enfim, capitulamos.

Decaídos, só nos resta clamar
aos excelsos ouvidos, rogando
que por nós tenha misericórdia
que nos ajude a abandonar de vez
essa reles e ridícula mixórdia,
que estamos inutilmente a nutrir,
sem perceber que é ela
que exauri o nosso belo existir,
enquanto deixamos escapar
a necessária esperança no nosso
perene e infinito porvir . . .

SRB - 14/08/2015


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