sábado, 27 de junho de 2015

Inferno









Não é um lugar ou dimensão
Para onde se vai
E que de lá não se sai
Sem o devido perdão.

Inferno é o peso na consciência
É estar errado e ter ciência,
Da voz que tudo fala
Do pensamento que não se cala
Vivendo com a Alma em rebelião.

É sentir na pele
A conseqüência do próprio pecado,
É a vida, enfim, mandando o recado
Do que te espera lá do outro lado
E que aguarda remissão.

É o conjunto de leis
Que regem a vida
É sentir na pele
A mesma ferida
Que causas ao teu irmão,
Quando esqueces
Que somos todos iguais,
Unidos sem querer
Por nossas míseras estórias mortais
Fazendo de conta que somos os tais.

É querer o que não se alcança
É perder de vez a esperança
É errar o passo em meio à dança
De sua própria evolução,
Que não se cansa.

Por isso grave bem em sua memória
Com que atos escreves a tua história,
Pois no livro da vida
O que vale é a trajetória
Que riscas de roldão,
Sem lembrar que tudo volta
Como um míssil ou rojão,
Pois inferno nada mais é
Que o Karma em execução.

SRB – 13/11/2013

quinta-feira, 18 de junho de 2015

Aforismo








É a sentença que a tudo abrange
a certeza que em nós também tange,
os estreitos ângulos que nos limitam
na mesma proporção 
que nossos atos imitam
a repetitiva rotina,
que apenas procrastina
a inexorável verdade
que a vida É,
em realidade
o maior aforismo.

Pois não importa o tamanho do abismo
ou mesmo o seu pseudo-heroísmo
pois a natureza não tolera o egoísmo
nem mesmo disfarçado de altruísmo . . . 

Aproveita o tempo que passa
e faz da vida a tua sentença,
mesmo que a ti, ela não pertença,
pois fé de verdade não depende de crença,
pois a vida é bem maior do que você pensa . . . 


SRB - 18/06/2015

quinta-feira, 11 de junho de 2015

Pavio


















Nos caminhos percorridos ou a percorrer
perceba as Divinas frequências
nas mundanas consequências
das atitudes e ingerências
que a vida traz para resolver.

É o imutavel princípio,
quer na beira do precipício
ou trancado no hospício,
seja de vez em quando ou
que seja ainda seu ofício,
seja só lá no fim do mundo
ou mesmo em eu início.

É sempre a excelsa mão
a te servir de corrimão
pois quanto mais alto sobes
maior ainda é o vão.

No ponto zero onde tudo parece estático,
observe a sempre e ininterrupta mudança
da real e celeste dança,
a que o divino rítmo te convoca
pois esta é a própria vida,
quando te alcança e toca
na essência do vazio . . 

Onde transformas o excesso
de ego em estio
fluindo com a vida
como que por um fio,
mostrando que a fé de verdade 
está sempre no cio,
deixando a vida acontecer,
acendendo de vez o pavio
em busca da própria luz . . . 

SRB - 11/06/2015


domingo, 7 de junho de 2015

Diapasão
































É o que dentro de ti determina
Com qual vibração, enfim,
Te afinas . . .
Com quais razões descrê
E ainda te amotinas
Perdendo precioso tempo 
Da própria sina.

É a forma que estabeleces a ligação,
No tom com o qual vibra a emoção
Da forma com que usas a percepção
Na maneira em que se inseres neste mundo
Com a sua visão . . .
E o que define a escala
A que ainda estás arraigado
Como apenas mais um exilado
Que ainda não percebe
Que está tudo interligado.

Na sinfônica do universo
A orquestra da existência,
Onde cada um irá tocar,
Com o instrumento de si mesmo,
A nota que de fato reflete
Até que ponto, afinal,
 já te compete,
Tocar a ária divina
Com o instrumento da própria Alma.


SRB – 07/06/2015