quarta-feira, 27 de julho de 2016

A bomba sem rosa



Um dia a bomba foi o tormento para as pessoas
mas ninguém nunca imaginou, nem de longe
que as pessoas seriam um dia elas mesmas a explodir
revelando a loucura e a súplica
para aquilo que haveria de vir . . .

Na simbiose bélica e hipócrita
da história mentirosa e descrita
como se por si só assim as coisas fossem
sem mostrar o que de fato ocorre
para os que dela fogem
sem ter para onde ir.


SRB

terça-feira, 19 de julho de 2016

Minudências







Os pequenos aspectos que a vida nos enseja
diante das grandes miudezas que a tornam benfazeja,
nas implícitas coincidências
diante das factuais evidências
para que ela, enfim, realmente seja,
a expressão maior de tudo aquilo
que dentro de nós de fato sobeja,


E o grande detalhe
que por fim em nós molda,
desferindo o derradeiro golpe do entalhe
que ao espírito poda,
com os golpes que o cinzel nos desfere,
para ver se assim de alguma forma em nós insere
a devida atenção às minudências do destino
que repentinamente nos difere
diante da perenidade a que a existência nos infere .

SRB - 19/07/2016

quinta-feira, 14 de julho de 2016

Tiro de misericórdia



É o último ato a que se assiste
Quando por teimosia
Na vida você ainda insiste
Não ligando mais para a aleivosia
Que ela usa para te atingir
Estando sua alma ainda vazia.


Não existe mais saída para o fato,
Sendo este o teu último retrato
Não fazendo mais diferença o motivo do teu ato
Para saber se estás mesmo intacto.


Podes rogar ao céu
Podes até deixar-te ao léu
Podes titubear ou mesmo cuspir fél
Pois só assim vê-se se és ainda fiel.


Ao que crês e diz acreditar
Parte-se ao mar bravio
Sem mesmo saber nadar
Apaga-se a vela sem tocar no pavio
Enfrenta-se o desconhecido
Sem o teres percebido e
Que te invade peito afora
Quando se tem certeza
que chegou a sua hora.


Já não fazendo mais diferença
Que marca deixou neste mundo
Diante da indiferença do existir
Ao fim tão reles e iracundo,
Pois no derradeiro momento
Entende-se que o chão não tem mesmo fundo.


Não adianta tremer
Não se pode nem mesmo correr
Só resta no último instante, o próprio crer
Para aquele que a vida enfrentou, sem medo de morrer.


SRB – 14/07/2016