domingo, 12 de junho de 2016

Ciclone






Hoje me deixo ao abandono
Largado do meu próprio destino
Aventurado num copo de scotch
Na madrugada do meu eu.
Já não espero a aurora
Do meu horizonte
Nem percebo em minha trilha
O regato da fonte de minha vida
Como água estagnada
No riacho do viver

Apenas me permito
Entre as intempéries
Saborear o ciclone
Que feito brisa perdida
O meu semblante cinge
E assim mesmo finge
Ser somente o vento
Da minha razão de ser


SRB - 28 / 11 / 88

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