Preso à liberdade de existir
percebi como é inútil resistir
à inexorabilidade dos fatos,
quase sempre meros retratos
dos reflexos e distratos
das incoerências do próprio eu . . .
Colocamos a culpa no reflexo,
esquecendo que o verdadeiro desconexo
vive dentro de nós mesmos.
como se aqui estivesse a esmo,
para a própria pândega presenciar.
Esquecendo-se de enxergar
através da própria imagem
a tênue miragem
que está a te ludibriar . . .
Pois imagem é apenas projeção
de toda e qualquer emoção,
que ao rebelde ego emprestas,
pensanso ele erroneamente
que a vida é uma grande festa.
Então pára de andar pelas frestas,
sai de vez do vão, enquanto ainda prestas . . .
às atitudes que encestas,
em busca da evolução que encetas.
Foque a imagem,
ajuste o ângulo, e
aproxime o foco . . .
E pela medida da lente
que a nós mesmos emprestamos
é que enxergaremos o prisma de nossa essência
nos matizes da Alma a que escolhermos dar vida . . .
SRB - 24/12/2015