sábado, 31 de julho de 2010

Saúde Mental - Martha Medeiros

 
SAÚDE MENTAL

         Acabo de saber da existência de um filósofo grego chamado Alcméon, que viveu no século VI a.C., e que certa vez, disse que saúde é o equilíbrio de forças contraditórias.
O psicanalista Paulo Sergio Guedes, nosso contemporâneo, reforça a mesma teoria em seu novo livro (“A Paixão, caminhos & Descaminhos”, em que ele discute os fundamentos da psicanálise). Escreve Guedes: “A saúde constitui sempre um estado de equilíbrio instável de forças, enquanto a doença traz em si a ilusória sensação de estabilidade e permanência”.
         Não sei se entendi direito, mas me pareceu coerente. O sujeito de boa cuca não é aquele que pensa de forma militarizada. Não é o que nunca se contradiz. Não é o cara regido apenas pela lógica e que se agarra firmemente em suas verdades imutáveis. Esse, claro, é o doente.
         Do nascimento á morte, há uma longa estrada a ser percorrida. Para atravessá-la, recebemos uma certa munição no reduto familiar, mas nem sempre é a munição que precisávamos: em vez de nós darem conhecimento, nos deram regras rígidas. Em vez de nos ofertarem arte, nos deram apenas futebol e novela. Em vez de nos estimularem a reverenciar a paixão e o encantamento, nos adestraram para ter medo. E lá vamos nós, vestidos com essa camisa de força emocional, encarar os dias em total estado de insegurança, desprotegidos para uma guerra que começa já dentro da nossa própria cabeça.
         
Armados até os dentes contra qualquer instabilidade, como gozar a vida?
         A paz que tanto procuramos não está na previsibilidade e na constância, e sim no reconhecimento de que ambas inexistem: nada é previsível nem constante. E isso enlouquece a maioria das pessoas. Quer dizer que não temos poder nenhum? Pois é, nenhum.
         É um choque. Mas o segredo está em acostumar-se com a idéia. Só então é que se consegue relaxar e se divertir.
         Ou seja, a pessoa de mente saudável é aquela que sabedora da sua impotência contra as adversidades, não as camufla, e sim as enfrenta, assume a dor que sente, sofre e se reconstrói, e assim ganha experiência para novos embates, sentindo-se protegido apenas pela consciência que tem de si mesmo e do que o cerca – o universo todo, incerto e mágico.
         Acho que é isso. Espero que seja isso, pois me parece perfeitamente curável, basta a coragem de se desarmar. O sujeito com a mente confusa é um cara assustado, que se algemou em suas próprias convicções e tenta, sem sucesso, se equilibrar em um pensamento único, sem se movimentar.
         Já o sadio baila sobre o precipício.

Martha Medeiros.

30 de maio de 2010.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

O Sentido da Vida - Arnaldo Jabour

As notícias, aqui e no mundo, estão repugnantes: mulheres apedrejadas, atiradas aos cães, a lama habitual da política...
Daí,  pensei  em me jogar num buraco negro – sem duplo sentido, por favor –  e sumir entre as galáxias.  Sou um idiota em cosmologia mas, li um artigo do Marcelo Gleiser no qual citava que a matéria escura  compõe cerca de 23% da densidade de energia do universo. O restante seria constituído de energia escura, 73% e da matéria bariônica (a que nós vemos normalmente no céu e na Terra), 4%. Essas forças escuras seriam formadas pelos neutrinos estáveis e as WIMPs – partículas massivas.
Então, deprimido com a realidade, resolvi filosofar... Repito coisas que disse num artigo 10 anos atrás, refletindo sobre a repercussão dessas forças ocultas em nossa vida aqui em baixo. 
Diz o Gleiser: “o vácuo não é vazio...(...) “o nada determina talvez o comportamento do universo”...
E foi aí que tive a iluminação! Se existe a matéria/energia escura com massa, os tijolos que preenchem o universo, desfaz-se a antiquíssima noção de “sim” e de “não”. Melhor dizendo, se o invisível tem massa, se os espaços siderais estão ocupados, é sinal que não há o “nada”.  Nada não há.
A ideia de “nada” e de “tudo” seria uma ideia de viventes. Como você vai morrer, o seu cérebro se programa para imaginar que “há” uma coisa e “não há” outra. De que há o “cheio” e o “vazio”, de que há o vivo e o morto. Ideia de viventes. Muito bem, se a “matéria/energia escura” está em “tudo”, há um espantoso  “continuum” que nos liga a todos, os seres “em si” e os seres “para si” – coisas e homens.  
O leitor dirá: como este leigo ousa filosofar?  Respondo, com o lábio trêmulo de ousadia: ‘se o PT e o PMDB se uniram para fundar a república “corrupto-sindicalista”,  por que não posso ser um cientista amador e metafísico?”
Os neutrinos, os  WIMPs o provam: tudo está preenchido. Assim sendo, o universo não está se expandindo na direção de um outro lugar, pois não há “outro lugar”. O universo está se expandindo em relação a si mesmo, para um dia chegar a si mesmo, se bem que não ao ponto de partida, pois não houve partida.  O tal Big Bang faria parte do Big Crunch, o colapso do universo sobre si mesmo, recomeçando eternamente. O universo seria aquilo que existe entre o Big Bang e o Big Crunch.
Mas, continuando este brilhante raciocínio, vemos que a ciência já deve estar desistindo de  chegar a um fim, a uma espécie de “revelação”, como se,  seguindo a “estrada de tijolo amarelo” , chegássemos a Deus, ou, pelo menos, ao Mágico de Oz.
E não só não encontraremos ninguém, nem nada, porque o “nada” não há, nem “ninguém” não há, como também nada se definirá, nem energia nem matéria, pois ambas são parte da mesma “substância”.
Se não vamos chegar a nada, podemos descansar, pois nosso labor diminui; não temos de descobrir resposta para nada, não porque Deus não exista,  porque obviamente, Deus existe sim; ou melhor, Deus existe não como coisa a ser “atingida”. Deus é a Substância e nós, humanos, somos atributos dela. Substância é aquilo que eterna e imutavelmente é. Logo, Deus (substância) é a única coisa que existe. Necessariamente, as outras coisas só existem em Deus mesmo, como parte d'Ele e, nele existimos, se é que essa palavra se aplica a algo, como descobriu para sempre o Einstein da filosofia que foi Baruch Spinoza...
Nada “ex-iste”, no sentido de estar ‘fora’ de algo: “ex-sistere” (estar em pé, do lado de fora) - fora de quê, saiu “de dentro” de onde?).
Por isso, em verdade, em verdade, vos digo, oh, irmãos, que Deus existe, mas não é pai. É tão órfão quanto nós, um Deus-matéria, órfão  de si mesmo. A única coisa que nos resta não é o desespero, esta carência de viventes em crise; o que nos resta é a paz da ausência de esperança. A razão humana devia se redesenhar, não em um Big Bang indo em direção a um futuro. A razão tinha de ser um Big Crunch, mordendo o próprio rabo, voltada para dentro, para nós, os homens, para nosso prazer e saúde. A ciência como arte. Este é o sentido da vida, não há mais desculpa. Somos todos iguais; sejamos felizes!
Big Crunch não é nome de um sanduíche do McDonald’s – é o destino do universo.

terça-feira, 6 de julho de 2010

As 4 leis da Espiritualidade

 

 
As quatro leis da espiritualidade
Na Índia, são ensinadas as "quatro leis da espiritualidade": 
A primeira diz: "A pessoa que vem é a pessoa certa".
Ninguém entra em nossas vidas por acaso.  Todas as pessoas ao nosso redor, interagindo com a gente, têm algo para nos fazer aprender e avançar em cada situação.
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A segunda lei diz: "Aconteceu a única coisa que poderia ter acontecido".
Nada, nada absolutamente nada do que acontece em nossas vidas poderia ter sido de outra forma. Mesmo o menor detalhe. Não há nenhum "se eu tivesse feito tal coisa..." ou "aconteceu que um outro ...". Não. O que aconteceu foi tudo o que poderia ter acontecido, e foi para aprendermos a lição e seguirmos em frente. Todas e cada uma das situações que acontecem em nossas vidas são perfeitas
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A terceira diz: "Toda vez que você iniciar é o momento certo".
Tudo começa na hora certa, nem antes nem depois. Quando estamos prontos para iniciar algo novo em nossas vidas, é que as coisas acontecem.

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E a quarta e última afirma: "Quando algo termina, ele termina".
Simplesmente assim. Se algo acabou em nossas vidas é para a nossa evolução. Por isso, é melhor sair, ir em frente e se enriquecer com a experiência. Não é por acaso que estamos lendo este texto agora. Se ele vem à nossa vida hoje, é porque estamos preparados para entender que nenhum floco de neve cai no lugar errado.

                                                                               Namastê