quinta-feira, 1 de outubro de 2009

A experiência ZEN - Karlfried Graf Dürckheim - O Zen e nós



"Quando uma pessoa tem uma experiência Zen, a vida torna-se VIDA.
A VIDA penetra na intimidade da vida humana, torna-se sua essência.
E dentro da essência dessa VIDA o homem vive sua vida corriqueira, a vida na carne (no "eu") e no tempo e espaço, mas ele a vive como um outro, de uma outra maneira, com outra finalidade.
" Ser totalmente comun é Zen, e dar-se importância não é Zen. Tua vida não deve se diferenciar da do teu vizinho, não importa quanto Zen possas ter. A única diferença deve repousar na tua vida interior ".
O homem cujo o olhar foi aberto continua a viver sua vida normal no tempo e no espaço, porém a atemporalidade jaz no tempo-espaço. Aquele que despertou para o ser vive como um eu superior, num eterno Agora, a partir  da essência intrínseca, estendido entre  passado e futuro. E por viver nesse eterno agora, o tempo e espaço se transformam.
O homem sofre como qualquer outro, mas de certa forma ele sofre como se não sofresse e, em meio a toda dor do mundo, a alegria radiante, procedente das profundezas, não o abandona mais.
Talvez o riso! Uma gargalhada incontrolável que faz explodir justamente o que ainda restou do que havia. Talvez na raiva, airromper espontânea, desprovida de eu. Cada gesto, tão evidente e livre como o vôo de um pássaro a elevar-se, a brincar. Cada ação é rápida e precisa:só o que é necessário, e nada mais! Buscar água quando há um incêndio, e nada mais! Comer quando se tem fome, e nada mais! Dormir quando se tem sono, e nada mais! Escrever quando se escreve, e nada mais! Tudo isso com uma presença plena, bem lúcida, sem a menor interferência de outro pensamento ou de outra ação. Nenhum apego, mas deixando a vida fluir, brotando do centro, tão livre e leve como umbater de asas, segura do rumo como umaflecha que acerta o alvo, ligeira como o passo de um dançarino; destruidora como um golpe de espada, precisa como o toque de cinzel de um mestre, libertadora como o vento da primavera, e sempre impregnada de amor. Nenhum apego, nenhum apego ao que quer que seja! Tranquila na sua profunda interioridade, mesmo no meio do tumulto. O frescor do orvalho a cada instante, profundo como o poço no qual se espelham as estrelas e que contém a eternidade. Pulsar junto com toda a dor do mundo, e o devotamento dem questionamento ao lugar onde se está. Sem poupar a si mesmo e, ao mesmo tempo, sendo implacável com os outros, dando testemunho do amor proveniente da Lei.
Em síntese:
A poderosa serenidade que nos é ensinada por uma espécie de morte, a alegre clareza ao perceber o sentido, e também inclui a falta de sentido, e a felicidade de se sentir amparado no meio de todo o abandono do mundo."

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe aqui seu comentário e divulgue para os amigos !!!